O Observatório Escolar é um projeto jornalístico que usa dados públicos ou veiculados na imprensa para criar o primeiro banco de dados brasileiro sobre a violência praticada por escolas ou educadores contra alunos da educação básica. Nosso principal objetivo é combater esses crimes, tirando-os da invisibilidade para criar um ambiente favorável à construção de políticas públicas sobre o assunto.
A iniciativa surgiu da experiência pessoal de uma das coordenadoras do projeto, que teve seu filho autista agredido por uma professora. O caso foi parar nos Tribunais e, durante o processo, ela percebeu que tentaram responsabilizar a criança (então com 5 anos) pela violência sofrida — como se os maus tratos praticados fossem uma consequência do seu comportamento, e não um crime.
Disposta a entender melhor o problema, ela percebeu que não existiam dados e informações públicas organizadas sobre o esse tipo de crime. Daí a ideia do Observatório.
Inicialmente, o Observatório tentou obter os números de violência praticada por escolas e profissionais da educação contra crianças e adolescentes, via Lei de Acesso à Informação (LAI). Como a demanda não foi atendida, optou-se por compilar todas as denúncias de violência praticada por escolas e educadores contra os estudantes, em ambiente escolar, veiculadas na imprensa a partir de 1o de janeiro de 2017.
Vale destacar: os números coletados pelo Observatório não representam a totalidade de casos de maus tratos, assédio sexual, estupro de vulnerável e outros crimes cometidos com profissionais da educação e escolas contra as nossas crianças e adolescentes. Afinal, somente uma parte do que acontece na sociedade chega às páginas dos jornais ou são divulgadas na imprensa. Isso não invalida nosso banco de dados — primeiro do Brasil a jogar luz sobre o problema e, principalmente, a tentar encontrar maneiras de proteger os estudantes contra esse tipo de violência.